Jung e a teoria dos Complexos
- Rayla Araújo
- 10 de mar. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de jul. de 2020

A teoria dos Complexos é uma das mais importantes contribuições de Jung para o entendimento da estrutura do inconsciente, e para alcançá-lo (o inconsciente) Jung valeu-se do Teste de Associação Verbal, que ele próprio refinou posteriormente para o seu propósito (STEIN, 2006). O teste consistia numa lista de palavras que eram faladas ao paciente e o tempo de resposta era cronometrado. Jung foi percebendo através das reações de seus pacientes que algumas palavras-estímulos suscitavam respostas mais demoradas, com isto percebeu que algumas dessas palavras ativavam conteúdos inconscientes a elas relacionados. “Jung considerou que essas respostas eram indicadores de complexos” (STEIN, 2006, p. 43). Aos conteúdos inconscientes responsáveis pelas perturbações na consciência, Jung chamou de “Complexos”.
Jung (2013) atribui algumas peculiaridades aos Complexos: “... possuem energia específica própria” (§ 198); “... o complexo é um fator psíquico” (§ 200); Com algum esforço podemos reprimir um complexo, “mas é impossível negar sua existência, e na primeira ocasião favorável ele volta à tona com toda a sua força original” (§ 201); “... aparecem de forma personificada” (§ 203); “A etiologia de sua origem é muitas vezes um chamado trauma, um choque emocional, ou coisa semelhante, que arrancou fora um pedaço da psique” (§ 204); “... os complexos possuem autonomia notável” (§ 205); “... são manifestações vitais próprias da psique, seja esta diferenciada ou primitiva” (§ 209); são a via regia que nos leva ao inconsciente “... responsáveis pelos sonhos e sintomas” (§ 210); são universais e “manifestações normais da vida” (§ 211).
Cientificamente falando, um Complexo é a imagem de uma determinada situação psíquica e possui uma forte carga emocional, comportando-se de forma relativamente autônoma. Na clínica, a noção sobre os Complexos se faz de extrema importância e grande utilidade. Os Complexos que são trabalhados primeiro são os mais energizados e, portanto os mais próximos da consciência. É interessante trabalhar na identificação dos complexos e no que os ativa, assim é possível evitar que irrompam na consciência de modo desastroso e violento, em outras palavras, que se constelem. Visto a impossibilidade de eliminar os complexos, o que são trabalhadas são as emoções e reações ativadas por eles.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNG, C. G. A natureza da Psique: A dinâmica do inconsciente. V. 8/2 – Col. Obra Completa. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
STEIN, M. Jung: O Mapa da Alma. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
Parabéns pelo trabalho! Entrei na faculdade de psicologia agora e essa postagem tirou algumas dúvidas. Obrigada!😊